África do Sul: a beleza de um povo feliz!

A África do Sul é o mais bem organizado destino do continente para safáris, surf, praias e curtir a bela natureza local.
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Amigo Mala,

Logo que cheguei em Johannesburg, notei que aquela experiência seria bem diferente das demais viagens. Em todo lugar, um sorriso e uma simpatia desconcertante em cada rosto que nos recebia. Eu nunca tinha visto um povo tão alegre e receptivo, mesmo sendo brasileira. Na visão de uma jovem, tudo aquilo era novo, exótico e surpreendente. Aqui vai uma lista das 5 melhores coisas para se fazer, no meu país preferido.

 Top 5

1 – Baleias e pinguins

Em Hermanus, é possível observar, entre julho e dezembro, as lindas baleias-francas-austrais, bom, se você tiver sorte… Nós fizemos um bate-volta à pequena cidade e pegamos um dia chuvoso, o que foi ótimo no final das contas, pois parece que as baleias gostam de um pouco de chuva (nada que um casaco impermeável não resolva) e vieram dar um “oi”… É um passeio imprevisível e incerto, mas mesmo se não for possível contemplar os mamíferos gigantes, a visita a Hermanus vale muito à pena. 
 

Dá vontade de veranear por lá mesmo, porque a cidade é tão delicada que parece uma casa de bonecas. Tem uma pegada litorânea e tranquila, cheia de feirinhas com artesanato africano, casinhas de praia, restaurantes e hotéis bem aconchegantes. Da Cidade do Cabo até lá, demora aproximamente 1h e 45min, consequentemente, é bom acordar cedinho para aproveitar tudo com calma.

Vale também a parada em Boulders Beach para ver os lindos pinguins. A paisagem da praia é encantadora e a simpatia das aves do sul é pura fofura. Claro que a área é preservada e há um limite para não invadir o habitat dos animais da praia, mas é possível vê-los de uma boa distância. O local fica a cerca de 47 minutos de Cape Town, motivo pelo qual é uma excelente opção para parada no trajeto Cidade do Cabo – Hermanus.  Prepare a memória da câmera, porque esse dia merece muitos clicks.

2 – Table Mountain

 Esta com certeza é uma opção imperdível, principalmente para os amantes de altura.  A famosa Montanha da Mesa, é um dos principais destinos dentro da linda Cidade do Cabo. O frio na barriga já começa no teleférico que nos leva até o topo da montanha plana, de altitude de 1085m. Durante a subida ele vai girando para que possamos ter uma visão de 360º. 

Há uma pequena lanchonete que é muito útil, já que lá venta muito e o chocolate quente é bem-vindo para amenizar o frio. A vista da cidade é divina e a ventania é literalmente de arrepiar os cabelos, por isso, não deixe de prendê-los e de levar um casaco quentinho. A fila pode ser grande, portanto, não chegue tarde, afinal, você não vai querer perder essa aventura!

3 – Robben Island

Só de lembrar, já me emociono… Essa ilha que se encontra próxima à Cidade do Cabo, foi onde o líder Nelson Mandela ficou preso por mais de vinte anos. É indescritível a sensação de ver a cela onde ele ficou e como as condições eram sub-humanas. Os guias explicam cada detalhe de cada lugarzinho da ilha. 

Eu e minha família saímos cedo e conseguimos desfrutar da maravilhosa oportunidade de visitar o local, que sou suspeita para falar, pois admiro o grande Mandela desde pequena. Além de ser uma viagem pela história, a paisagem dos arredores é muito bonita e pede muitas fotos. A chegada até a ilha foi em um barco que saía da Cidade do Cabo até o local, e não foi muito demorada. 

Para deixar ainda mais emocionante, nosso guia nos revelou no final do passeio que também era prisioneiro e que convivia com Mandela, só aí entendi o porquê de um tour tão verdadeiro, cheio de relatos e emocionantemente detalhado.  Para não perder esse passeio, é importante comprar o ticket com antecedência no site http://www.robben-island.org.za/.

2 – Cabo da Boa Esperança

Esse ponto turístico, antes denominado Cabo das Tormentas, guarda além da ofuscante paisagem, muita história. O navegador português Bartolomeu Dias, foi quem atribuiu o antigo nome, devido a fortes tempestades enfrentadas por ele e seus marinheiros, segundo relatos da época. Sabendo disso, o rei João II de Portugal foi até  lá, e o local ganhou outro nome. Cabo da Boa Esperança? Isso mesmo! 

Na verdade, aquele lugar é a divisão do oceano Índico e do oceano Atlântico, e trazia justamente esperança para a tão almejada chegada à Índia. Estabelecido como ponto de reabastecimento pelo holandês Jan van Riebeeck, foi o berço da Cidade do Cabo, a qual faz jus ao nome. Bom, ainda há uma pequena trilha até o topo de uma região rochosa não muito alta, mas que a vista é indescritivelmente deslumbrante. Papai aproveitou para tirar fotos bem de pertinho dos avestruzes e eu, para ver o quão peculiares eles eram, e como corriam de forma estranha. 

Risadas a parte, porque agora um aviso importante: não alimentar os babuínos, que são bem comuns por lá. Apesar de serem fascinantes criaturas, eles podem ser agressivos e até levar algum pertence, então placas de aviso sobre janelas fechadas é o que não falta por lá. Mas é claro, cada um se responsabiliza pelo risco ao qual se expõe… Enfim, a viagem, saindo da Cidade do Cabo leva aproximadamente uma hora e vinte minutos e é realmente muito bacana! Acrescentem na lista dos pontos turísticos mais importantes.

1 – Kruger Park Safari

Sem dúvida, a melhor experiência de aventura que já vivi e sem arrependimentos, voltaria várias vezes. O Kruger Park é a maior área reservada da África do Sul que protege a fauna bravia da região. Para chegar ao parque é necessário pegar um pequeno avião até Limpopo. 
 
É muito importante programar o período da viagem, porque no verão de lá, costuma chover, e mosquitos que transmitem doenças perigosas são bastante comuns. Vale salientar, que mesmo quando fomos na primavera (época em que não chove muito) não deixamos de tomar a vacina exigida (febre amarela), além de termos usado bastante repelente.
 

A malária não tem vacina, mas é possível comprar um remédio preventivo que vende aqui no Brasil (Malarone). Uma parte crucial do Safari é a reserva do hotel, que foi uma das minhas partes preferidas. Ficamos no  Kapama Karula Private Game Reserve (suíte superior) e foi o melhor hotel que eu já fiquei. As expectativas para um hotel no meio da savana eram baixas, mas a recepção, comida, conforto e ambiente me surpreenderam. 

Os quartos são como pequenas casas, e todo o luxo é incrível, pois apesar de ser no meio do nada, a estrutura é muito bacana. Todos os funcionários são muito gentis, acho que nunca fui tão bem tratada. O wi-fi é melhor que o da minha casa, e o restaurante é de primeira. Cada quarto tem seu próprio garçom e as refeições são café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Tudo isso sem contar com os lanchinhos do Safari, as comidas e bebidas no quarto que estavam todas incluídas, e os sucos exóticos que nos ofereciam após cada Safari. 

O quarto em si é incrível, com vista para a vida selvagem, uma piscina privada, um pequeno observatório, lareira, camas muito boas e uma área que eu gosto de chamar de mini SPA. Algo que pode ser chocante são os banheiros e os chuveiros porque são cercados de vidro. Entretanto, não se preocupe que cada quarto é totalmente isolado um do outro e não dá para ver nada, a não ser a exuberante natureza. 

Bom, e os animais. Mas se você não se sentir bem, as cortinas estão lá para isso mesmo! Agora sobre os próprios safaris que são a parte mais legal. Nós fazíamos dois: um às cinco da manhã e o outro às cinco da tarde. Eles não tinham uma hora exata para acabar, dependiam da boa vontade dos animais de aparecerem. É bom levar um casaco quentinho, principalmente no da manhã, pois faz um pouco de frio, apesar de eles oferecem bolsas de água quente e lençóis. 

No segundo safari do dia, como ele se estende até a noite, há uma pequena parada durante o belíssimo pôr do sol (que é o mais lindo que já vi) para encher a barriga com castanhas, vinhos, e até descer do carro se quiser. Quando chegávamos, toalhinhas quentes para esterilizar a mão e ir direto comer. Um detalhe importante é que crianças menores de 6 anos não podem frequentar esses passeios por questões de segurança. Mas não se preocupe que eles explicam no primeiro safari, cada norma a ser seguida. 

Outra coisa importante além de roupas de manga longa, são os óculos de sol, tanto no primeiro como no segundo safari, isso pois o sol é bem forte. Sobre os carros, eles são todos abertos, sem cobertura nenhuma. O motorista e o guia, que vai à frente observando as pegadas, não estão armados, no entanto, não se desespere porque se você seguir tudo o que foi passado direitinho, o perigo é mínimo. Há também passeios extras, para interagir com elefantes por exemplo, e isso deve ser agendado na recepção do hotel. 

Nós fizemos um pela tarde, e é incrível ver os gigantes de perto. Eu dei comida, alisei, tirei foto e até brinquei com um elefante! O coração da África selvagem é impressionante e indispensável na sua viagem! Ver tantos animais no seu habitat natural (o qual eles são proibidos de interferir, ainda que seja para salvar um animal), soltos e totalmente selvagens foi inesquecível! A natureza é realmente única e cheia de surpresas. 

Vimos leões caçando e comendo um filhote de zebra de perto, hipopótamos se bronzeando, e até girafas devoradas. Cada foto parecia catálogo de revista!  A experiência é diferente de qualquer coisa que já tinha sentido, porque ao mesmo tempo que a pessoa se sente vulnerável ao selvagem, ela sente que pertence a toda aquela natureza de tirar o fôlego. Fiquei muito feliz, pois um dia estávamos atrás de um bando de leoas e os guias não conseguiam rastreá-las e fui eu quem as localizei a poucos metros de nós, escondidas embaixo dos arbustos. 

Aquilo para uma pequena menina, foi uma grande aventura. Nada a reclamar, nem do hotel, nem dos passeios e nem da África do Sul. Kruger Park vai ficar marcado como uma lembrança que eu nunca vou esquecer. Em palavras não tem como explicar, só indo e vendo com os próprios olhos.

Confira também:

Museu do Apartheid: Foi muito tocante ver tudo exposto nesse museu, que fica em Johannesburgo. Fotos, objetos e muita história… Vídeos que mostram toda a trajetória da luta pelo fim do Apartheid, documentos que antes pertenciam às pessoas, objetos e cenários reais. Há uma divisão com duas entradas diferentes, denominadas “NIE BLANKES” e “BLANKES”, e claro que é apenas uma simulação (bem impactante por sinal) para demonstrar a segregação da época. 

Os tickets, também tem esses mesmos tipos de divisão e isso representa a rotulação que era imposta às pessoas. O fim do museu nos deixa refletindo sobre a ignorância de qualquer preconceito, sobre a beleza das diferenças entre as pessoas, e como a nação sul-africana batalhou pelo que acreditava. O museu todo transmite uma mensagem muito bacana e as palavras em grandes pilares logo na entrada são um resumo do que ele representa: liberdade, diversidade, reconciliação, democracia, respeito e responsabilidade. Não deixem de ir a esse lugar tão marcante!

Vinícola Spier

Vinho?! Nem pensar! Bom, pelo menos não para mim, apesar de ser um bom jeito de convencer os pais a irem… É uma vinícola comercial que fica a cerca de meia hora da Cidade do Cabo, em Stellenbosch. Fizemos bate-volta, num dia só para conhecer vinícolas, porém, eu achei a cidade apaixonante e ela merece pelo menos uma noite de estadia. 

A Spier Wine Farm tem muitos atrativos, como um show de águias, o qual não fomos porque tínhamos ido em outros anteriormente.  Há  também a opção de você montar seu próprio piquenique e comer ao ar livre um lanchinho gostoso. Eles fornecem a cesta, a toalha e até almofadas para que fique ainda mais confortável, basta solicitar na lojinha onde você comprará os alimentos. 

Tem pãezinhos, frios, geleias, biscoitos (ou bolachas), diversas bebidas, e tudo isso num ambiente super agradável, em contato com ar fresco e com vista para um lindo laguinho. E se preferir sentar, os bancos e mesas de madeira também são uma possibilidade, apesar de tirarem toda a graça do piquenique, na minha opinião. 

Depois de encher o bucho e de fazer a digestão é hora de conhecer toda a plantação de uvas bem de pertinho. Mas conhecer de um jeito diferente… Ah, essa é a melhor parte! Na verdade, nós passeamos pela vinícola de Segway (uma espécie de skate elétrico com um suporte), que é muito simples de manusear. Tivemos algumas aulas antes de começarmos o passeio e eu já estava toda empolgada. Não se esqueça de marcar, lá mesmo, o passeio, pois ele tem hora certa para começar. 

A vinícola é belíssima e tivemos a oportunidade de passar dentro das plantações (sem cansaço com a ajuda do Segway), o que deixou a visita ainda mais interessante. O guia nos explicou tudo direitinho, o passo a passo do processo de produção do vinho. Lindos jardins, vastos campos e belas montanhas compondo a paisagem de uma tarde inesquecível. Vale muito à pena a visita!  Voltaria com certeza.

E aí, vainamala para África do Sul?

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