Conversando sobre intercâmbio

Vamos falar de uma das coisas mais incríveis do mundo: intercâmbio.
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Amigo Mala,

O intercâmbio tem sido muito procurado, especialmente pelos jovens que querem aprender ou até aperfeiçoar certo idioma. Eu diria que fui bastante audaciosa ao optar por ir aos 12 anos , e apesar das dificuldades que enfrentei no início, foi uma experiência sem igual. Me apaixonei pela Inglaterra, e mais ainda pela pequena cidade onde fiquei, Bournemouth. Gostei tanto da experiência que decidi repetir a dose. No ano seguinte, o destino escolhido foi Vancouver, no Canadá.

Onde ficar?
Em 2015, quando passei um mês na Inglaterra, escolhi ficar em casa de família, ou como se diz em inglês “Host Family”. Em Vancouver, decidi que deveria tentar outro tipo de alojamento, então fiquei no dormitório da UBC (University of British Columbia).
Com certeza, o aproveitamento do inglês foi maior na casa de família, onde não tinha contato com a língua portuguesa. Eu dividia o quarto com uma intercambista espanhola. A questão da divisão do quarto é opcional, você pode optar por ficar sozinho. Entretanto, uma das melhores coisas do meu primeiro intercâmbio foi ter escolhido o quarto duplo, não apenas porque eu treinava o inglês constantemente, mas também porque sabia que a colega estava em situação semelhante à minha. Sempre conversávamos  sobre nossas angústias e experiências na escola e na casa em geral. Até hoje mantenho  contato com ela, foi uma das maiores amizades que já fiz.
Outro ponto muito positivo desse intercâmbio, foi o fato de eu ter feito amizade com pessoas de várias nacionalidades, com as quais continuo me comunicando. Isso amplia muito o nosso conhecimento geral porque são culturas diversas convivendo diariamente na escola (Anglo-Continental).

Já no Canadá, como havia guias e um grupo de brasileiros, o aproveitamento do inglês não foi tão grande. Também fiz muitas amizades, mas a maioria com brasileiros.  Foi completamente diferente da Inglaterra. A experiência em Vancouver foi mais divertida que educativa, o que às vezes é bom, não é mesmo?  Vale a pena parar e pensar com calma sobre o alojamento, que influenciará muito no aprendizado do idioma. Todavia, tudo depende do objetivo intercambista.  

Será que vou me adaptar às pessoas, à rotina e ao ambiente?
Quando decidi fazer intercâmbio aos 12 anos escutei muito:  “E você tem coragem?”, “Seus pais  deixaram?”, “E se acontecer algo?”. Claro que muita coisa se passava pela minha cabeça, pensava em vários problemas que poderiam acontecer, e isso foi algo prejudicial nos primeiros dias. 

Toda essa angústia é normal e faz parte da experiência. Tive um pouco de dificuldade em me adaptar à comida da família, mas isso depende da pessoa, porque confesso que sou chata para comer. Outro problema que me afetou muito  foi a saudade de casa, porém isso foi resolvido com o passar dos dias. 

Foi muito bom saber que tinha o apoio dos meus pais, mesmo à distância. A escola teve um papel essencial na minha adaptação, porque era lá que eu esquecia a saudade e aproveitava o intercâmbio. Pela manhã eu tinha aula e depois almoçava no refeitório, e à tarde ocorriam atividades diversas.  

Às quartas-feiras participava de  pequenas excursões. Às segundas,  quartas e sextas,  a hora de ir para casa era depois das atividades. Já às terças e quintas, o jantar era na escola mesmo. Nos sábados tínhamos excursões para outras cidades, a minha preferida foi, sem dúvida, a viagem a Londres. O domingo era dia livre para convivermos com a família.

A adaptação no Canadá foi quase que instantânea, pois já tinha vivido aquela experiência.  Além disso, dividi o quarto com uma amiga que já conhecia, então a sensação de “tudo novo/desconhecido” não ocorreu!! A comida era melhor do que em Bournemouth, talvez pela semelhança com a americana, que não era estranha para mim. Mas claro que bateu saudade daquela comida de panela que só o Brasil sabe fazer. 

A minha  refeição preferida era o café da manhã, que até hoje sinto falta (panquecas inesquecíveis). A rotina não era muito diferente da Inglaterra. Pela manhã eu tinha aula, e após o almoço  ocorriam atividades que se estendiam até a noite. Aos sábados e domingos tínhamos viagens que duravam o dia inteiro.

O tempo de adaptação varia de pessoa para pessoa.  A idade pode influenciar, porém depende mais de maturidade do que de idade.

Vale a pena passar um mês?
Intercâmbios de um mês são cada vez mais comuns, especialmente para os que não querem perder aula. No meu caso, optei por ir em Julho, mês de férias. Não tenho dúvidas  de que um intercâmbio mais longo (de 6 meses ou 1 ano) é mais tranquilo, pois não há pressa em se adaptar, o estudante pode respeitar  seu tempo. Porém, penso que um mês pode ser bastante proveitoso, se o intercambista realmente se empenhar para não ter contato com sua língua mãe. 

Foi o que eu fiz na Inglaterra, mas no Canadá não tinha muito o que fazer quando eu estava fora da sala de aula porque a maioria era brasileira. No meu andar (os quartos eram em um prédio da universidade) só havia uma menina mexicana, as demais eram brasileiras. 

Anime-se, fazer intercâmbio é uma experiência incrível! Eu já estou ansiosa pelo próximo!

E aí, vai na mala?

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0 comentário em “Conversando sobre intercâmbio”

  1. Oi! Lara, adorei sua postagem. Tenho certeza que será de grande valia, para os jovens que pretendem ter novas experiências e almejam vôos em terras desconhecidas.

  2. PARABÉNS PELA POSTAGEM !! JÁ FICO AQUI IMAGINANDO QUANDO FOR MANDAR MANU, COM CERTEZA SUAS DICAS VÃO AJUDAR BASTANTE !!

  3. Adorei o relato!! Texto leve e inspirador. Gostaria de saber quais empresas de intercâmbio vc indica? Parabéns!!!

    • Oi Nara, obrigada! Fico feliz que tenha gostado do post!
      Aqui em casa sempre usamos os serviços da STB! 😁😘